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“Orpheu”, revista, Fernando Pessoa

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“Orpheu” foi uma publicação literária e artística de vanguarda, concebida como plataforma para a divulgação de novas correntes estéticas, especialmente o futurismo e o modernismo.

Publicada em dois números, o primeiro em março e o segundo em julho de 1915, a “Orpheu” foi distribuída em livrarias e bancas de Lisboa. 

A função principal da “Orpheu” era divulgar novas tendências estéticas e servir como espaço de experimentação literária e artística. Mais do que uma revista de leitura recreativa, era um verdadeiro manifesto cultural. A sua função social consistia em desafiar o conservadorismo literário e promover uma renovação profunda da arte portuguesa.

O público-alvo era composto por intelectuais, escritores, estudantes e artistas, predominantemente urbanos, de classe média a alta, escolarizados.

A Revista “Orpheu” foi idealizada por figuras centrais do modernismo português, como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Ronald de Carvalho, Luiz de Montalvôr, Alfredo Pedro Guisado, Côrtes-Rodrigues e um dos heterónimos de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos. A parte gráfica, embora secundária no projeto editorial, foi realizada por José Pacheco, Almada Negreiros teve contribuições significativas no projeto.

A produção foi realizada em Lisboa, com a impressão do primeiro número a cargo da Tipografia do Comércio. A revista utilizou o método de impressão tipográfica em chumbo e uma encadernação simples.

A tiragem foi limitada, entre 500 e 600 exemplares por número, e enfrentou restrições tanto financeiras quanto sociais, que impediram a continuidade da publicação.

A Revista “Orpheu” constituiu uma das mais significativas expressões do modernismo em Portugal, desafiando os paradigmas literários, estéticos e sociais do seu tempo. Apesar de sua vida breve, o seu impacto foi duradouro, influenciando gerações de artistas e escritores e afirmando-se como símbolo de renovação cultural.